terça-feira, 28 de setembro de 2010

Não há vida após a morte

Quando em 1995 resolvemos instituir o Top of Mind no nosso mercado, não imaginávamos o grau de importância que esse evento assumiria. Nosso mercado estava muito mal acostumado. Tinha gente dormindo nos louros de marcas  construídas sem um bom alicerce. O fim do século apontava para um horizonte totalmente diferente, onde a competição acirrada dava demonstrações do que seria o novo milênio.
A Bahia era então um mercado pouco afeito as pesquisas. Por isso mesmo, somente alguns se deram conta das mudanças de preferências que a pesquisa do Top apresentava de ano para ano. Nos primeiros anos vimos claramente a vulnerabilidade deste  mercado. Chegamos mesmo a cunhar a expressão Empresas Maguilla, dando a entender que nossas empresas não agüentariam bater de frente com profissionais. De olho na Lei da Dominação onde os três primeiros mais lembrados tinham sempre uma boa chance, assistimos nestes dez primeiros anos, quedas e ascensões, crises societárias , perdas de confiança , enfim, constatamos transformações que faziam surgir marcas até então pouco conhecidas.
O mercado em si continuava consumindo. Todos os dias. Com ou sem crise, com ou sem Bush, Sadam, Lula & Cia, o mercado consome as marcas ofertadas nos supermercados, bebem cervejas e refrigerantes, movimentam contas bancárias, matriculam-se, usam celulares, reformam casas, freqüentam restaurantes. Mas, de quem ? Ora, daqueles mais lembrados, fruto de  um trabalho sério, com credibilidade, com atenção ao processo de venda e pós-venda e comunicação inteligente.
Aí surge a pergunta : as marcas mais lembradas são as marcas preferidas pelos consumidores ? A resposta evidentemente é não. Ser lembrado já é um grande passo. Então, quais seriam as marcas que estão enraizadas no coração dos clientes ? Essa resposta, ainda não temos, mas, com certeza a teremos depois que o Top of Heart estiver consilidado. Aí, ao lado da contagem física feita periodicamente, teremos uma avaliação precisa sobre as marcas que estão comprometidas com seus clientes. São as que nunca morrem. São as mais lembradas e consumidas. Essas, nunca morrem ! Marcas como Maizena, Queijo Catupiry, Pastilhas Valda, Leite Moça foram feitas para durar. Daí vale lembrar aos esquecidos e pouco preferidos, a grande lição que o mercado nos dá.  Há de se ter um bom produto, com preços competitivos, distribuição excelente, comunicação eficiente e eficaz, porque ainda não se comprovou que há outra vida após a morte. O Top of Heart vai mostrar tudo isto. Aguarde !

IMUNES E IMPUNES

Há algum tempo, fomos sacudidos por uma série de denuncias envolvendo políticos. Primeiro foram os anões do orçamento, onde apenas uma meia dúzia perdeu o mandato. Depois começou a pipocar aqui, ali e acolá, uma série interminável de denuncias envolvendo políticos, chegando ao ponto do então candidato Lula ter dito que em Brasília existiam nas duas casas 300 picaretas. Nada se fez e nada se apurou. Virou música e nós dançamos. Imunes, e impunes esses maus políticos avançaram sobre os cofres públicos e privados. Foram com tanta sede ao pote que deixaram o rabo de fora. Aí, você sabe no que deu. Surgiram os mensalões e mensalinhos e mais recente os sanguessugas. O certo é que onde havia dinheiro lá estava o dilúvio, digo delúbio e os 40 sabichões, sacando dos fundos, dos bancos estatais, caixas, furnas, correios, enfim, metendo a mão pra valer , digo prá Valério.  Mas, e aí. Quais os resultados dessas apurações ? Quem está preso ? Até onde se sabe, somente quatro perderam os mandatos. Mas, não devolveram nadinha de nada. A maioria se safou e está pleiteando reeleição. Ocorre que nessa farra, onde ninguém é preso ou devolve o dinheiro, são eles mesmo que se julgam. E, corporativamente se safam. De onde vem a pergunta: porque não fazemos algo ? Nós cidadãos, porque não movemos uma ação exigindo ao T.S.E. ou Ministério Público que se reduzam em 50% o número de políticos? Se cortarmos pela metade o numero atual, dispensando esse séqüito de assessores e secretárias desnecessários, vejamos se sobra ou não uma verba enorme para pagar melhor aos policiais, professores e ao sistema de saúde ? Que tal arregaçar as mangas nesse sentido ??

Afronta a nossa inteligência

AFRONTA À NOSSA INTELIGÊNCIA
(*) Enio Carvalho

O assunto é preocupante digno de uma ação intencional planejada. Sinto que já existe uma mobilização em reuniões, o mesmo ocorrendo via Internet, mas, acredito ser ainda muito pouco para o tamanho do problema. Refiro-me aos gastos que temos com nossos  representantes do poder legislativo, que eclodiram com as declarações estonteantes e porque não dizer irresponsáveis dos deputados, há pouco tempo. Todos viram e ouviram suas proposições desde que foram eleitos no sentido de aumentar o salário dos seus colegas deputados. Fato este que não ocorreu diretamente devido ao volume de críticas que impactaram contra sua vontade fazendo-o recuar. Mas, recuou-se ali e avançou-se acolá, aumentando os gastos com os gabinetes sem que ninguém pudesse molestá-los. Aliás, os gastos com gabinetes destes políticos é de corar frade de pedra. Esse avanço contaminou todos os políticos fisiologistas, nepotistas e clientelistas espalhados pelo País, como o presidente da Câmara de Salvador que saíram aumentando gastos, como se gerassem receitas para tal fim. Ocorre que eles decidem mergulhar com avidez no dinheiro arrecadado, que em última análise sae do nosso bolso, e ninguém faz nada para que essas iniciativas possam retroagir e terminar. Diga-se de passagem isto não ocorre apenas na era Temmer, Sarney ou assemelhados, vez que o Ministro Jobim,  foi o primeiro a achar normais esses ganhos. Ele que ganha a bagatela de 21 mil mensais quer ganhar quase 25 mil. Mas, o fato é que a Câmara dos Deputados em Brasília composta de 513 deputados bem como os 81 Senadores consomem despesas no valor de 5 Bilhões de reais por ano . Assustou-se ? Pois repito. São 5 Bilhões de reais por ano. Muito bem. Esses senhores parlamentares que ganham mais de 15 mil/mês de salários, recebem ainda auxílio moradia, despesas para combustível e correio , passagens, verba de gabinetes estrondosas, 13º e 14º salário, 90 dias de férias além de terem carros de graça, residências luxuosas, empregados, nutricionistas, cabeleireiros, seguranças e até mesmo esteticistas, quando assumem altos cargos, vivem maquinando para sempre dar uma mordida maior, como se existisse uma verba pronta para ser digerida sem reflexos posteriores.  Será que isto é certo, num país onde se recebe salários de R$ 500,00? Onde os impostos são altíssimos e os serviços péssimos? Onde a classe média empobrecida cortou gastos prejudicando toda economia ? Onde o Fome Zero conseguiu aumentar apenas o apetite dos que empregou e que dizem viver as custas deste mal traçado programa ? Pois esses senhores parlamentares que ficam a falar todos os dias na imprensa, tentando mostrar-nos que trabalham, não sabem nem ao menos o que é gasto com educação e material farmacêutico, pois essas despesas correm sempre por conta das Casas Parlamentares . E tem mais. Eles pensam que nos representam porque possuem um mandato. Na realidade se formos apurar direitinho, é de 57% o número de eleitores que no ultimo pleito não votaram, anularam seu voto ou votaram em branco. Está duvidando? Pois recorra as estatisticas do TRE. Isto quer dizer o seguinte: quase 2/3 do eleitorado não  colocou nem na Câmara Federal nem no Senado, esses senhores, que foram eleitos apenas por 43% dos votantes.

E se não bastasse este chocante dado, segundo pesquisa recente publicada em A Tarde apenas 1.9% tem a confiança do eleitor, que os acham corruptos, ou que só aparecem na hora das eleições, não cumprem promessas de campanha e empregam todos seus familiares. Cabe então uma simples pergunta: se não há essa representatividade, se hoje o Legislativo é a instituição com o menor índice de credibilidade segundo as pesquisas de opinião, onde eles vão parar e até quando agüentaremos? Legislando em causa própria, dificilmente estes políticos  cortarão essas despesas. Muito pelo contrário, é mais provável que continuem beneficiando-se dessa legislação errada e omissa, haja vista os últimos acontecimentos de corrupções e mensalões em Brasília. A titulo de lembrança para os mais esquecidos, o Supremo recomendou cortar o número de vereadores em todos os municípios. Foi feito ? Pois saiba que eles não só aumentaram o numero como redistribuíram a verba como ocorreu em Salvador. Por sinal eles desejavam aumentar o número de representantes desde a década de 90. Como a grita foi muito forte, eles recuaram. Agora, aproveitaram-se de uma brecha na Lei e subiram o numero de vereadores em Salvador de 35 para 41 quando o certo seria diminuir o número de 35 para 21. A pergunta que não deseja calar é a seguinte: o que fazem esses senhores no exercício da profissão ? Por falta de quem os fiscalize, uma boa parte nunca comparece as seções; outros se estão presentes fisicamente, não estão nem aí para o que está sendo proposto ou votado; outros ficam legislando em causa própria, buscando interesses maiores, enfim, pouco produzem para o muito que ganham. Isto sem se falar no séqüito de assessores do tipo aspones, que só sabem botar banca, sem atinar ao menos que  seus patrões somos nós. Para os mais esquecidos relembro que o Presidente Lula, quando era deputado declarou e não desmentiu que no Congresso em Brasília existiam 300 picaretas. Então, porque não iniciarmos um grande movimento em  prol da redução do número de parlamentares em todos as Casas (Federal, Estadual e Municipal)? bem como desse séqüito de assessores desnecessários ?  Que tal limitar os salários deles tirando-lhes o poder de beneficiar-se por conta própria? Que tal fixar férias de 30 dias, reduzindo paralelamente todas as benesses e extinguindo as mais gritantes. Que tal extinguir a famosa verba de gabinete, fazendo-os pagar pelo que consomem ? Se  nós mortais, que pagamos todas as nossas contas quando muito gastamos de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 de combustível por mês, por que um deputado deve ter o auxílio de R$ 15.000,00 para este fim? Essa verba dá para comprar carros todos os meses e formar frotas, não é mesmo ?
Conclamo então, todas as entidades e pessoas inteligente a estruturar uma ação decisiva com o apoio do Ministério Público e da OAB para avançarmos nesse objetivo ou seja o de reduzir o número de parlamentares e seus gastos desnecessários. Não dá mais para ficar de braços cruzados. Não dá para colocar luto ou indignar-se. Isto já passou dos limites. É uma afronta à nossa inteligência. Basta !!! Vamos empunhar urgentemente esta bandeira moralizadora. Proponho uma Ação Popular para barrar enquanto é tempo esses filhotes dos Severinos sempre envolvidos em escândalos. Não dá para esperar as próximas eleições a fim de dar a êles uma lição. Isto é outro assunto. Agora temos que agir enquanto é tempo. Se nos omitirmos neste momento não teremos chance de reclamar depois. Portanto, a meta é diminuir drasticamente o número de deputados, senadores e vereadores, antes que a lama desses maus políticos contamine todo mundo. Proponho lutarmos para termos apenas 250 políticos em Brasília, 35 na nossa Assembléia Legislativa e 20 vereadores .

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

MARQUETEIROS X MERCADOLOGOS

Há muito tempo participamos de uma Cruzada pela valorização e reconhecimento do verdadeiro trabalho dos profissionais de marketing, que tendo concluído um curso de especialização, pós-graduação ou mestrado trabalham em ou para empresas que necessitam dos seus serviços.
Como qualquer outra atividade do planeta existem também nessa nova e potencial crescente profissão a presença de pessoas  auto-entitulando-se de “experts” no assunto; não passam de espertos e aproveitadores de plantão. Quando nada apenas decorebas de Phillip Kotler. Por isto criamos em 99 o Núcleo dos Profissionais de Marketing da Bahia que reúne um número  de participantes sendo alguns consultores, outros professores, outros gerentes de marketing e alguns proprietários de empresas.
Preocupa-nos e porque não dizer, algumas vezes revolta-nos a visão estrábica que se tem da nossa atividade, principalmente por parte daqueles que formam a opinião pública.Nossa imprensa, infelizmente, troca sempre as bolas
Não são poucas as vezes que constatamos o mau uso da palavra marketing, ora confundida como elemento de promoção, ora como algo que é feito para vender enganando pessoas. Visando colocar definitivamente os pontos nos i i i’s, Gostaríamos de contribuir para clarear melhor todo esse estrabismo existente.
De forma desavisada, cunhou-se a partir da década de 80 e 90 o termo marqueteiro para denominar os publicitários que trabalhavam para eleger políticos. Era tudo o que alguns desses queriam, ou seja, um novo nome para ações antigas. Sim, porque desde a eleição de Juraci Magalhães – se não me engano na década de 50, que se faz jingle, cartaz, folhetos para eleger candidatos. O que não tinha eram outras mídias fortes como a TV e o outdoor. Logo, tudo que aqueles faziam, esses atuais o fazem. Ocorre que esses usam o nome de marqueteiros. Talvez sejam mesmo. Porque são episódicos. Ajudam a fazer apenas uma vez, os Pittas, os Malufs, os Collors, enfim, aqueles que só enganam uma vez, quando o  eleitor quer. Porque quando o eleitor encasqueta surgem os Arrudas os Roriz os Cardosos. Os Joões, e por aí a fora
Quando na realidade, o verdadeiro profissional de marketing, ou o mercadólogo, não faz ninguém. Ele ajuda a posicionar produtos ou serviços corretos, criando alianças duradouras com os clientes.

O profissional de marketing trabalha com pesquisas antes, durante e depois que seus produtos são lançados, porque sabe que o mercado mudou e está mudando a cada momento, inexistindo chances de perpetuação para charlatanismos ou passageiros da alegria.
O verdadeiro mercadólogo repudia o protecionismo e as alquimias dos marqueteiros. Ele sabe que o mundo é feito de clientes e os respeita desejando fidelizá-los. Ele sabe que é preciso posicionamento e foco nas suas estratégias e táticas.
Logo, usar tecnologia e mídia não quer dizer que se faz marketing. O marketing que conhecemos torna a arte de vender desnecessária, porque quando se usa corretamente os fundamentos básicos dessa filosofia, você não vende, os clientes é que compram.
O marketing tem 50 anos no Brasil e veio para ficar. Tal qual outras atividades de apoio como a de contadores e advogados, vai ter muita vez daqui em diante, ou seja, vai ter que ser requisitado por qualquer empresa que quiser sobreviver e perpetuar. Quer seja, internamente ou através de consultores, as empresas terão que ter profissionais de marketing capacitados e preparados para buscar soluções que possam atender e entender o mercado.
As empresas hoje não têm “contadeiros” ou “advogadeiros” não é mesmo? Logo, também não podem ter marqueteiros. Esses últimos buscam apenas vender uma vez, normalmente enganando o consumidor ou eleitor. O profissional de marketing não. Por isso mesmo é que a pós-venda visando manter os clientes conquistados é tão ou mais importante do que a venda em si.
Que
todos, principalmente as empresas se conscientizem disso. Há uma separação abismal entre estes e aqueles, ou seja, entre mercadólogos e marqueteiros Não estamos todos no mesmo barco. Do lado de cá há muito profissionalismo, consideração e busca de resultados como uma visão humana. Do outro lado há apenas um desejo de acertar alvos apenas uma vez nem que seja pilotando aviões com objetivos escusos.